As melhores terras agrícolas do Brasil normalmente não produzem gêneros essenciais à alimentação (mandioca, feijão, milho, arroz, etc.). São cultivadas com produtos destinados à exportação (café, soja, etc.) ou às grandes indústrias, geralmente filiais de empresas estrangeiras.
Cláudio Rossi/Editora AbrilEsta foto (cortador de cana-de-açúcar, menor de idade, na Usina de Quissamã, Rio de Janeiro) mostra a colheita da cana-de-açúcar, que será transformada em álcool para abastecer automóveis fabricados por essas indústrias.
Vários elementos diferenciam as nações desenvolvidas das subdesenvolvidas. Os principais são: a indústria, a agricultura, o ensino e a tecnologia, o comércio externo e as desigualdades sociais. (...)
O nível de desenvolvimento do Brasil na área industrial é tão elevado que chega a superar alguns países desenvolvidos, como Áustria, Austrália, Suécia, Noruega, Nova Zelândia, Dinamarca e outros. Porém, nesses países, o padrão de vida da população é bem mais elevado que o da população brasileira, mesmo quanto ao consumo de produtos industrializados. (...)
No Brasil, além de existir um setor industrial forte e diversificado, a agricultura, que no passado foi baseada em poucos produtos (café e cana-de-açúcar, principalmente), tornou-se bastante variada com o cultivo da soja, do trigo, do fumo, do algodão, da laranja, da uva, etc.
No setor terciário brasileiro encontramos atividades modernas (bancos, empresas de seguros e transportes, cadeias de supermercados, etc.) e atividades tradicionais (pequeno comércio, como por exemplo mercearias e bazares).
Por que o Brasil, tão industrializado e com uma economia tão diversificada, não é considerado um país desenvolvido, mas subdesenvolvido?
São várias as causas, a começar por sua dependência econômica das grandes potências capitalistas (Estados Unidos, Japão, Alemanha, etc.). Essa dependência - que é comum a todas as nações subdesenvolvidas - significa que a economia brasileira está subordinada ao exterior, é dominada por outras nações.
Muitas empresas instaladas no Brasil, principalmente as mais modernas, são filiais de empresas estrangeiras. Por isso, grande parte dos lucros é remetida para os países de origem.
Outro fato determina a subordinação ao exterior que empobrece o Brasil: uma parcela importante da produção econômica do país - não apenas industrial, mas principalmente agrícola e mineral - destina-se não ao mercado interno, mas ao mercado externo, ou seja, às economias capitalistas mais poderosas. (...)
Outro grande problema que coloca o Brasil no grupo dos países subdesenvolvidos é a imensa desigualdade social, uma das maiores do mundo. Os 10% mais ricos da população brasileira detêm 47,9% da renda nacional, enquanto os 60% mais pobres ficam com apenas 18,1%. (...)
Também a situação do país em educação e pesquisa tecnológica, duas atividades essenciais para o desenvolvimento, é precária. É pior do que a de muitos países subdesenvolvidos menos industrializados que o Brasil, como a Argentina, o Chile, o Uruguai, a Coréia do Sul e outros.
(Extraído de: J. William Vesentini, Vânia Vlach. Geografia Crítica - O espaço social e o espaço brasileiro - volume 2. São Paulo, Ática, 2002.)
Um comentário:
É IMPORTAnte,todos terem este conhecimento e so resta espera que algem tome alguma providencia!!!!!!!!!
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