segunda-feira, 26 de julho de 2010

1º ANO Médio (Manhã e Noite) - Biocombustíveis x Segurança Alimentar - Dilemas e Perspectivas


Até que ponto a expansão de culturas destinadas à fabricação de biocombustíveis, uma energia limpa, coloca em risco a produção de alimentos? A busca por fontes energéticas de origem vegetal pode interferir negativamente em questões de segurança alimentar? Essas são algumas das principais questões que vêm colocando o Brasil no centro dos debates globais, em função da sua posição de País megaprodutor de grãos e carnes, além de candidato em potencial à liderança mundial no mercado de combustíveis de fontes renováveis, como biodiesel e etanol. Embora as opiniões se dividam em relação ao tema, o consenso existente até agora é de que não haverá solução para esse impasse sem sustentabilidade no campo, o que inclui equilíbrio entre o aumento da produtividade e o respeito à capacidade de suporte dos ecossistemas naturais, às leis trabalhistas e aos direitos humanos.


O presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Renato Maluf, afirma que a atual crise na oferta e demanda de alimentos, fator que tem impulsionado o aumento de preços, não é passageira e nem pode ser interpretada como resultante unicamente da expansão da produção de biocombustíveis. Para ele, a instabilidade é fruto de um modelo equivocado no sistema agroalimentar global.

Para o Consea, contribuem para a alta de preços fatores como o contínuo aumento da demanda por alimentos, mudanças climáticas, elevação da cotação do petróleo, além da mercantilização dos alimentos que tornou produtos como a soja, o milho e o trigo ativos negociados nas bolsas de mercadorias e atrativos para o capital financeiro.
Os subsídios agrícolas mantidos pelos Estados Unidos e União Européia também são apontados por Maluf como fatores desencadeadores da crise alimentar, já que impedem os produtores de países pobres de competirem em pé de igualdade com os europeus e norte-americanos.


"Os Estados Unidos e a Europa, durante décadas, exportaram alimentos a preços subsidiados, desestimulando e comprometendo a produção em um grande número de países. Hoje, esses países viraram importadores, quando poderiam muito bem ter produção suficiente para exportar. Estão pagando o preço desse modelo global", opina.


No caso específico do Brasil, Maluf enfatiza que ao elaborar o Programa Nacional de Biodiesel, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) teve o cuidado de estabelecer regras capazes de evitar possível competição entre a produção de energia limpa e a de alimentos. Entre elas, cita o incentivo à agricultura familiar e a exigência de que produtores de oleaginosas para a indústria de biodiesel mantenham áreas de cultivo de alimentos.

Em relação ao uso da cana-de-açúcar para a produção de etanol, o presidente do Cosea ressalta que para evitar também um processo de expansão insustentável, a entidade, que cumpre papel consultivo da Presidência da República, defende o estabelecimento de zoneamento para determinar as áreas passíveis de aumento de plantio; a inclusão da variante social, para evitar o uso de trabalho escravo, entre outros tipos de ilegalidade trabalhista; além de análise de impactos ambientais.


"É preciso proibir a expansão das lavouras de cana para etanol onde existem áreas de cultivo de alimentos para evitar conflitos. Além disso, não se pode admitir que o crescimento dessa cultura se dê em bases insustentáveis e degradantes. Embora seja louvável que os países busquem fontes energéticas renováveis, precisamos ficar atentos às lições históricas. Ao longo de quatro séculos, a indústria da cana foi grande concentradora de renda e riqueza no Brasil", alerta Maluf.


Falando de Roma, onde participou da reunião da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), no seu programa de rádio semanal "Café com o Presidente" o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também criticou os subsídios agrícolas mantidos pelos países mais ricos. "Penso que chegou à hora de tomarmos atitudes. Uma das atitudes seria concluir o acordo da OMC (Organização Mundial do Comércio) na Rodada de Doha. Que os países ricos abram mão dos subsídios que dão aos seus agricultores, que os Estados Unidos diminuam os subsídios", defendeu Lula.

O diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Gusmão Dornelles, afirmou durante o Primeiro Simpósio Internacional de Combustíveis, Biocombustíveis e Emissões, organizado pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), que a produção brasileira de grãos (arroz, feijão, milho, soja, trigo, amendoim, caroço de algodão, aveia, centeio, cevada, girassol, mamona e sorgo) somada à de cana para açúcar cresceu 217% entre 1976 e 2007. A área plantada correspondente, no entanto, aumentou 28% (11 milhões de hectares), graças ao ganho de produtividade de 150%.

"Nesse mesmo período, a área de cana destinada à produção de álcool cresceu em apenas 3 milhões de hectares. A produtividade da cana para o álcool elevou-se em 116%", enfatizou.
De acordo com Dornelles, o ganho de produtividade permite aumentar a produção agrícola, mantendo-se ou até mesmo reduzindo-se a área plantada. "Entre 1976 e 2007, a expansão da cana para produção de álcool (3,2 milhões de hectares) foi muito menor do que a expansão das culturas alimentares (11 milhões de hectares)", enfatiza.

Outro destaque foi para os 210 milhões de hectares de pastagens. "Um aumento de produtividade de 10% na criação de gado liberará 21 milhões de hectares. Não obstante, há 90 milhões de hectares livres para a expansão agrícola no Brasil", explicou Dornelles.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, também afirmou, durante recente audiência pública no Senado Federal, que o Brasil tem 90 milhões de hectares para incorporar à agricultura. De acordo com ele, o País pode aumentar a produção de alimentos sem que seja necessário derrubar nenhuma árvore na Amazônia, região brasileira que está no centro das atenções brasileiras e globais, em função de potenciais riscos de aumento do desmatamento para expansão da fronteira agrícola.

Já o secretário-executivo da Comissão Interministerial sobre Mudanças Climáticas no Brasil, José Domingos Gonzáles Miguez, considera a produção de biocombustíveis estratégica para a auto-suficiência da matriz energética do Brasil e para a expansão comercial das nações em desenvolvimento. "Os biocombustíveis aparecem como verdadeiras oportunidades comerciais, dentro de uma nova indústria no mercado mundial", disse no Fórum Global de Energias Renováveis, em Foz do Iguaçu.

Para o representante do Governo no evento, diferentemente do que vem sendo difundido pelos meios de comunicação internacionais, os biocombustíveis são parte da solução para a redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), com perspectivas de inclusão social, e não um problema que coloca em risco a segurança alimentar no Brasil e no mundo.

Resumindo: Quais seriam critérios mínimos para a produção de biocombustíveis?
a) Não competirem com a produção de alimentos, ou seja, Não haver expansão gigantesca “como já se desenha” de monoculturas destas matérias-primas básicas para os biocombustíveis
b) Redução de pelo menos 60% das emissões de Gases do Efeito Estufa;
c) Não causarem impactos diretos ou indiretos sobre ecossistemas (contaminação solo e da água; extinção da biodiversidade com a introdução de espécies exóticas e/ou de transgênicos; com a redução máxima possível de Agroquímicos {adubagem, agrotóxicos, etc.}
d) Não aumentarem ou causarem conflitos sociais (segurança alimentar, direitos sobre a terra e direitos das comunidades locais e indígenas)

Fonte: Adaptações de Jornal do Comércio; site G1.

sábado, 24 de julho de 2010

2º ANO Médio - MANHÃ E NOITE - SOPA PLÁSTICA DE LIXO!!!

A SOPA QUE NENHUMA SOCIEDADE GOSTARIA DE SE BANQUETEAR...

Depósito de lixo flutuante alarma a comunidade internacional. (Fontes: G1.com e Fantástico)

Pesquisadores mostram que animais têm se alimentado de plástico. Correntes marítimas levam lixo da costa para o mar aberto. No maior oceano do planeta, uma sopa intragável, mistura de plástico, plâncton, lixo e alimento bóia a 1,6 mil quilômetros da costa entre a Califórnia e o Havaí. Não se sabe exatamente seu tamanho, mas estimativas indicam que o lixão marítimo do Oceano Pacífico teria área maior que a soma dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.

A poluição alcança um ambiente em que seres humanos raramente estão presentes, pela pouca quantidade de ilhas. O lixo cria anomalias, como a tartaruga que cresceu com um anel de plástico em volta do casco e mata os moradores do mar. Descoberta por acaso O capitão Charles Moore viajava pelo Pacífico, entre o Havaí e a Califórnia, quando resolveu arriscar um novo caminho. “Foi perturbador”. Dia após dia não víamos uma única área onde não houvesse lixo. E tão distantes do continente, lembra o capitão. Como um descobridor nos tempos das navegações, Charles Moore foi o primeiro a detectar a massa de lixo. E batizou o lugar de Lixão do Pacífico.



Primeiro, viu pedaços grandes de plástico, muitos deles transformados em casa pros mariscos. Depois, quando aprofundou a pesquisa, o capitão descobriu que as águas-vivas estavam se enrolando no nylon e engolindo pedaços de plástico. Ele percebeu que mesmo onde parecia limpo, havia dejetos microscópicos, que estariam sendo ingeridos por organismos marinhos minúsculos e até pelos maiores. Albatrozes, por exemplo, tinham um emaranhado de fios dentro do corpo. “Antes não havia plástico no mar, tudo era comida. Então os animais aprenderam a comer qualquer coisa que encontram pela frente. Você pode ver aqui que eles tentaram comer isso. Mas não conseguiram”, diz o capitão.

Com a peneira na popa, o capitão e sua equipe filtram a sopa de plástico e fazem medições. Já descobriram, por exemplo, que 26% do lixo vêm de sacolas de supermercado. Numa análise feita com 670 peixes, encontraram quase 1,4 mil fragmentos de plástico. São informações valiosas, fonte de pesquisa e argumentos pra grande denúncia de Charles Moore: “Gostaria que o mundo inteiro percebesse que o tipo de vida que estamos levando, isso de jogar tudo fora, usar tantos produtos descartáveis. Isso está nos matando. Temos que mudar se quisermos sobreviver.”


Da praia para as águas profundas –
Um gesto despreocupado, uma simples garrafa de plástico esquecida numa praia da Califórnia. Muitas vezes ela é devolvida pelas ondas e recolhida pelos garis. Mas grande parte do lixo plástico que é produzido nessa região acaba embarcando numa longa e triste viagem pelo Oceano Pacifico. Pode ser também depois de uma tempestade. O plástico jogado nas ruas é varrido pela chuva, entra nas galerias fluviais das cidades e chega até o mar ou vem de rios poluídos que desembocam no oceano. No caminho, os dejetos do continente se juntam ao lixo das embarcações e viajam até uma região conhecida como o Giro do Pacífico Norte.

Diversas correntes marítimas que passam às margens da Ásia e da América do Norte acabam formando um enorme redemoinho feito de água, vida marinha e plástico. Lixo encalhado – Em Kamilo Beach, uma praia linda e deserta de uma região quase desabitada do Havaí, há tantos dejetos marítimos que o lugar acabou virando um lixão a céu aberto. Basta procurar um pouquinho para descobrir a origem de tudo o que chega até a praia. Em um pedaço de plástico, caracteres chineses.

Uma bóia de pescadores, que provavelmente veio do Japão. Um pouco mais adiante, o pedaço de um tanque de plástico com ideogramas coreanos. O pior é que Kamilo Beach está mais de 1,5 mil quilômetros distante do Lixão do Pacífico, no extremo sudoeste da ilha de Hilo, no Havaí. A praia dificilmente vê um gari. E o plástico que chega lentamente pelo mar vai ficando esquecido no paraíso.

Há dois anos, depois que se mudaram para cá, Dean e Suzzane Frazer resolveram fazer de Kamilo um alerta planetário. Suzanne se pergunta: “Será que o governo japonês, por exemplo, sabe quanto plástico o Japão esta mandando para o Havaí?” Dean vem trazendo um galão que, sem dúvida, chegou da Ásia. Tem também tubo de xampu usado nos Estados Unidos e sacos de plástico sabe-se lá de onde.

Agora, são só farrapos do mar. As mordidas impressas no plástico levaram os ambientalistas a mudar de alimentação. Eles afirmam que as toxinas estão se acumulando ao longo da cadeia alimentícia, fazendo com que os resíduos do plástico cheguem ao ser humano.

Assista o vídeo linkado abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=XwvYzmk-NjY&feature=player_embedded


Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico 

Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave
Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.

E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.

NEM 3a - Por Que o Diploma é uma Bobagem?!? Por Gilberto Dimenstein

O universitário brasileiro não gosta de ler jornais e livros, rejeita as atividades extraclasse da escola e estuda pouco — menos de cinco horas por semana.

Apenas 28% dos futuros médicos, por exemplo, lêem um único livro não escolar durante o ano; os demais nem isso. Só 40% dos estudantes de direito, administração e economia consultam diariamente o jornal. A média para todos os cursos é de 23%.

O conhecimento é construído no dia a dia e na capacidade que cada um de nós tem em entender, pesquisar e solucionar os problemas que enfrentamos diariamente, seja no trabalho ou na escola.

Coletados pelo Ministério da Educação com os alunos que fizeram o provão, esses dados sobre os hábitos culturais são tão ou mais importantes do que as notas dos cursos, divulgadas na semana passada. Esse buraco cultural é devastador.

É quase impossível alguém progredir, de fato, profissionalmente se não tiver o hábito de leitura constante de jornais, livros e revistas. Meios eletrônicos como a TV, por melhor que sejam os programas, não permitem o aprofundamento da informação. A construção do conhecimento exige a palavra impressa.

Falamos aqui da suposta elite cultural da nação, a minoria que, depois de todos os obstáculos, conseguiu concluir a faculdade. A pesquisa confia na palavra dos entrevistados. Uma investigação mais rigorosa encontraria números piores. Já foram feitos testes com adolescentes que se diziam leitores. Os pesquisadores pediram-lhes que encontrassem uma determinada notícia de economia. Constatou-se que muitos não tinham o hábito de folhear; ler significava, para eles, dar uma passada de olhos.

Se considerarmos o tipo de assunto que interessa ao leitor habitual do jornal ou a qualidade do livro, vamos ver que o desastre é mais profundo. Por melhor que seja a faculdade, o diploma se torna uma bobagem se o aluno pára de estudar e deixa de fazer pesquisa por conta própria.

O prazer da pesquisa é onde se estabelece a diferença entre quem quebra a cara e quem prospera.

FOLHA DE S. PAULO. Cotidiano, SP.

Bullying: Inocência ou Delinquência? por Elísio Vieira de Faria

Galo! Vaca! Porco! Elefante! Macaco!

A impressão ao ouvir tais nomes pode remeter à venda de bilhetes de loteria – o bicho da sorte. Certamente não. Esses, dentre outros, são nomes que se dão gratuitamente no relacionamento cotidiano de escolares, caracterizando o fenômeno bullying – a violência velada num jogo de faz-de-conta, tomada quase sempre como “coisa de adolescente”, como o caso de Cleciane Santos, 13, morta por asfixia enquanto apanhava de colegas de colégio, em Petrolina (PE).

O fenômeno migrou para outros espaços freqüentados por estudantes: a internet e suas vias, para escamotear o que não é padrão, no julgamento deles. Nesse mundo virtual, o deboche e o descaso – verdadeiras lições de humilhação – não poupam colegas, 10 professores etc.

Revela-se a crise de uma geração jovem que se impõe pelo temor, força e “pseudo-poder”, ditada pela intolerância e pela ausência de padrões orientadores da vida social, num exercício de ditadura do grupo. Trata-se também da crise da escola ao se intimidar, se encolher, se recolher e conviver, quase sempre, sem saber como administrar o problema, para além de um registro em livro de ocorrências, e... Até a próxima advertência.

O Poder da Validação - por Stephen Kanitz

Todo mundo é inseguro, sem exceção. Os super-confiantes simplesmente disfarçam melhor.
Não escapam pais, professores, chefes nem colegas de trabalho.

Afinal, ninguém é de ferro. Paulo Autran treme nas bases nos primeiros minutos de cada apresentação, mesmo que a peça já tenha sido encenada 500 vezes. Só depois da primeira risada, da primeira reação do público, é que o ator relaxa e parte tranqüilo para o resto do espetáculo. Eu, para ser absolutamente sincero, fico inseguro a cada artigo que escrevo e corro desesperado para ver os primeiros e-mails que chegam.

Insegurança é o problema humano número 1. O mundo seria muito menos neurótico, louco e agitado se fôssemos todos um pouco menos inseguros.

Trabalharíamos menos, curtiríamos mais a vida, levaríamos a vida mais na esportiva.

Mas como reduzir essa insegurança?

Alguns acreditam que estudando mais, ganhando mais, trabalhando mais resolveriam o problema. Ledo engano, por uma simples razão: segurança não depende da gente, depende dos outros. Está totalmente fora de nosso controle. Por isso segurança nunca é conquistada definitivamente, ela é sempre temporária, efêmera.

Segurança depende de um processo que chamo de "validação", embora para os estatísticos o significado seja outro. Validação estatística significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro, mas eu uso esse termo para seres humanos. Validar alguém seria confirmar que essa pessoa “existe”, que ela é real, verdadeira, que ela tem valor.

Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente. Alguém tem de dizer que você é bonito ou bonita, por mais bonito ou bonita que você seja. O autoconhecimento, tão decantado por filósofos, não resolve o problema. Ninguém pode auto validar-se, por definição. Você sempre será um ninguém, a não ser que outros o validem como alguém.

Validar o outro significa confirmá-lo, como dizer: "Você tem significado para mim". Validar é o que um namorado ou namorada faz quando lhe diz: "Gosto de você pelo que você é". Quem cunhou a frase "Por trás de um grande homem existe uma grande mulher" (e vice-versa) provavelmente estava pensando nesse poder de validação que só uma companheira amorosa e presente no dia-a-dia poderá dar.

Um simples olhar, um sorriso, um singelo elogio são suficientes para você validar todo mundo. Estamos tão preocupados com a própria insegurança que não temos tempo para sair validando os outros. Estamos tão preocupados em mostrar que somos o "máximo" que esquecemos de dizer a nossos amigos, filhos e cônjuges que o "máximo" são eles. Puxamos o saco de quem não gostamos, esquecemos de validar aqueles que admiramos.

Por falta de validação, criamos um mundo consumista, onde se valoriza o ter e não o ser. Por falta de validação, criamos um mundo onde todos querem mostrar-se ou dominar os outros em busca de poder.

Validação permite que pessoas sejam aceitas pelo que realmente são, e não pelo que gostaríamos que fossem. Mas, justamente graças à validação, elas começarão a acreditar em si mesmas e crescerão para ser o que queremos.

Se quisermos tornar o mundo menos inseguro e melhor, precisaremos treinar e exercitar uma nova competência: validar alguém todo dia. Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo, um dedão para cima, um "valeu, cara, valeu".

Você já validou alguém hoje? Então comece já, por mais inseguro que você esteja.