quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Formatura: Reflexão e Recomeço - por Renata Bahumel (Adapt.)

A formatura é um momento de orgulho em nossas vidas. Nossa eu digo, por que se estende a cada um dos professores que colaboraram para construir este momento, felizes pela tarefa cumprida. Mas, que são abrilhantados por vocês Formandos e Formandas.

Este não é um momento de tristeza, apesar de muitos aqui se despedirem...
Não.

Esse é um momento de reflexão, de aceitação. De olhar para frente. Um momento de admitir que a vida de cada um de vocês é feita de fases.

Tudo muda.
O mundo muda; mudamos nós.
Vocês não envelheceram. Amadureceram. Por que só envelhece quem quer.
As suas prioridades mudam e mudarão; As Suas leituras de mundo, também.

Vocês jamais devem ficar tristes porque este ciclo acabou, e sim, agradecer a Deus, por ele ter existido e permitido a vocês vivenciá-lo.


É o momento de grandes esperanças para o futuro que virá.
Aliás, nada aqui acabou; muito pelo contrário. Esse é tão somente o começo, o ponto de partida para uma geração com vontade e disposição para mudar as coisas. Mudar a própria sina, mudar a realidade que nos cerca. Mudar o nosso país!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Faleceu quem Atrapalha a Sua Vida... - Por Luis Fernando Veríssimo

Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:

"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:

- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso?
- Ainda bem que esse infeliz morreu !

Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.

A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?

No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo...


Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: VOCÊ MESMO! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. "SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA, QUANDO SEUS PAIS MUDAM, QUANDO SEU(SUA) NAMORADO(A) MUDA. SUA VIDA MUDA... QUANDO VOCÊ MUDA! VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA."

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda".

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Feira Cultural CE5J - 2010 - Cultura e Folclore Brasileiro em Questão


Realizou-se Hoje - 03 de Setembro - a feira cultural do Centro Educacional Cinco de Julho em Itaguai.

Debaixo de forte Calor, um típico "veranico", (pois ainda é inverno!?) um bom público, composto por nossos alunos e alunas, pais e amigos, professores, funcionários e coordenação prestigiaram um evento repleto de atrações e amostras de quão grande e diferenciada são as nossas tradições!

Confesso que não consegui assistir nem metade delas tamanha era a opção das mesmas.

Por que trabalhar este tema?

Fundamental é resgatar e /ou reforçar nos nossos alunos e alunas a riqueza de tradições herdadas pelo nosso país e que as vezes é pouca abordada pelas nossas disciplinas humanas, seja pelo pouco tempo de hora aulas semanais que temos, Em Geografia são só 2 tempos na semana, seja pela globalização que em muitos casos reforça muito mais a cultura global, massificada, reduzindo a sombra as culturas locais e regionais.

Alguns Exemplos: como a capoeira, literatura de cordel, embolada e repente, danças tradicionais típicas, forró, samba, bombachas e afins, interpretação de lendas (a do BOTO foi sensacional!) e por aí vai!

 
As comidas típicas foram um show a parte. Muita coisa gostosa, que inclusive, a minha doutora me proibiu de desgustar, mas ela sabe que a carne é fraca. rsrsrsrs... Porções de aipim com carne seca, farofa do sertão, churrasco, cuscus de milho e tapioca e muito mais!  

Não vou me estender, registro aqui apenas a minha satisfação em perceber um bom trabalho realizado por todos nós. Parabéns a todos que se dedicaram para que tal acontecesse!
O evento atendeu e MUITO as minhas expectativas. E as Suas?



Deixe seu recado nos comentários!

Sucesso e Força Sempre pra Todos Nós!
Prof. Márcio - Geografia.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

7ª SÉRIE - Geografia do Narcotráfico: A Economia Ilegal em Questão


A magnitude do tráfico internacional de drogas, em termos de lucratividade e uso do território, conclama a geografia a se ocupar, cada vez mais, da economia ilegal globalizada. Com base no crime organizado, começa a se esboçar no mundo inteiro, uma repartição de papéis geopolíticos e econômicos desempenhados por uma rede planetária por onde circulam drogas e capitais envolvendo regiões ou países produtores, fornecedores, distribuidores, consumidores, paraísos fiscais* e financeiros, etc.


O Dinheiro das Drogas
O negócio do narcotráfico movimenta, anualmente, algo em tomo de US$ 700 bilhões, se tornando assim, uma das atividades mais lucrativas da economia mundial.
O senso comum acredita que os maiores beneficiários dos lucros do narcotráfico são os países produtores. Nada mais errado. Os lucros gerados no mercado mundial das drogas são partilhados conforme as seguintes estatísticas, segundo o respeitável instituto francês "Observatoire géopolitique des drogues":

• 2 a 5%: Produtores
• 15%: Transformadores e Intermediários nacionais.
• 26%: Transportadores e Traficantes internacionais.
• 54%: Distribuidores nos países consumidores.

Tal divisão se explica pelo fato de o preço da droga variar segundo a sua rota, numa seqüência marcada por multiplicações vertiginosas.
Veja um exemplo de rota do entorpecente no mapa abaixo:


Exemplo 2: (valores em dólares!!) 250 quilos de folha de coca, necessários à fabricação de 1 quilo de cocaína, são comprados a US$ 75 a um plantador boliviano.
O quilo da cocaína será vendido na Colômbia ao preço de US$ 250 (entra em cena aí um multiplicador de 30).
Um consumidor francês pagará o equivalente a US$ 140 a grama de cocaína, ou seja, um quilo de cocaína em Paris (US$ 140.000) tem um preço multiplicado por 1866 vezes desde a venda das folhas de coca!

A extraordinária rentabilidade do negócio das drogas se deve, particularmente, ao sistema financeiro internacional dedicado à lavagem do dinheiro, que processa, segundo a ONU, US$300-600 bilhões por ano. Nos paraísos financeiros, a origem "suja" do dinheiro é encoberta através de operações bancárias que dificultam o rastreamento da moeda e passam a lhe atribuir um novo "certificado".
Parcela expressiva dos lucros do narcotráfico são aplicados em atividades econômicas legais, o que demonstra que a economia ilegal se serve da economia legal. Um dado sintomático a esse respeito vem da Confcommercio, uma das principais associações comerciais da Itália: cerca de 18% dos bares e sorveterias e 15% dos hotéis são controlados pelas máfias italianas, especialmente pela siciliana Cosa Nostra. Além disso, o crime organizado controla, nesse país, 70% da indústria do cimento e se faz presente em atividades como mercado de ouro e antiguidades, agências de viagens, oficinas mecânicas, lojas, etc.

OS "NÓS" DA REDE
Os circuitos que alimentam mundialmente a economia da droga envolvem a quase totalidade do planeta, articulando produção, distribuição e consumo. Destacam-se como países produtores de matérias primas vegetais:

                                                              cocaína pronta

a) Folhas de Coca: (matéria-prima para a cocaína): Colômbia, Peru e Bolívia. A área cultivada da Colômbia (que até inicio dos anos 90 era o terceiro maior produtor) aumentou sensivelmente nos últimos dez anos, fazendo da Colômbia o maior produtor mundial de folhas de coca. O Peru e a Bolívia, antes os maiores cultivadores, tiveram suas áreas de produção sensivelmente reduzidas nos últimos anos, em vista de cultivos alternativos desenvolvidos em regiões antes destinadas à coca.

b) Papoula: (matéria-prima para a heroína e outros opiáceos): Afeganistão, Paquistão, Mianmar (antiga Birmânia), Tailândia e Laos (estes três últimos formam o chamado Triângulo de Ouro asiático). A Colômbia também vem se destacando no cultivo de papoulas, face à nova estratégia dos cartéis de diversificar a produção de drogas (a heroína é o novo negócio colombiano).


A INSERÇÃO DO BRASIL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL DE DROGAS.
O Brasil desempenha, fundamentalmente, a função de distribuidor, ou seja, de país-trânsito, em vista da pluralidade de rotas e meios oferecidos para o escoamento da cocaína colombiana.
No entanto, embora modestamente, o país já exerce outras funções na economia internacional da droga.
a) É um mercado de consumo em expansão (muito aquém, é verdade, dos EUA, Europa Ocidental ou Japão),
b) Fornecedor de insumos químicos (éter e acetona) à Colômbia para o refino da cocaína.
c) Produtor, no Amazonas e Rondônia, de uma variedade de coca (epadu) e maconha (sobretudo Pernambuco e Maranhão);
d) Centro de lavagem de dinheiro.

Dados fornecidos pela CPI do Narcotráfico, instalada no Brasil em 1999, revelam que cerca de US$ 40 bilhões oriundos do comércio das drogas são "lavados" no Brasil. A rede bancária brasileira, interligada por uma moderna infra-estrutura de telecomunicações, é um forte atrativo para o desenvolvimento de esquemas ilegais de remessas ao exterior e "lavagem" do dinheiro "sujo' (como explicar, por exemplo, a elevadíssima movimentação de cheques em pequenos centros urbanos do Norte e Centro-Oeste do país, cujas economias, muito modestas, não justificam tais transações?).
Além disso, a extensa fronteira com os países andinos produtores de drogas e a diversificação de vias de transporte (fluvial, terrestre, aéreo) viabiliza uma pluralidade de rotas, despistando a vigilância.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

8ª SÉRIES - A Europa Oriental mostra a falência do Stalinismo e não do Socialismo - Por Ernesto Mandel

O que está em crise na Europa oriental e na URSS não é o socialismo, que não existiu nunca aí. Não podemos declarar a extinção de uma empresa não existente.
O que está se desagregando é a "economia de comando", estreitamente ligada ao "Estado de comando", isto é, ao despotismo, à ditadura burocrática.
Os marxistas revolucionários descobriram que nunca houve "socialismo realmente existente" no Leste Europeu. Os mais exaltados vêm afirmando isso há várias décadas e ficam evidentemente satisfeitos quando muitos russos – ex-soviéticos - proclamam hoje que: "stalinismo e socialismo são incompatíveis; onde há stalinismo, não há socialismo; onde houver socialismo, não haverá stalinismo".


Em matéria de organização econômica, o problema é muito concreto.

O planejamento socialista é um esforço de desenvolvimento proporcional de todos os ramos da economia, de acordo com prioridades conscientemente determinadas. Ora, a burocracia soviética escolheu desde 1929 o caminho de desenvolvimento desproporcional. Seus abortos na Europa oriental seguiram no mesmo caminho.

As despesas atuais no setor de comércio, transportes, armazéns, consertos etc., constituem menos de 15% da renda nacional, enquanto os países capitalistas desenvolvidos consagram a elas 30% dos seus recursos ou mais. Resultado: em muitas cidades soviéticas, há uma loja de alimentação para vinte mil habitantes; isso torna as filas inevitáveis. Há perdas enormes o desperdício. A Ex-URSS produzia batatas em abundância. Mas 75% dessas batatas não chegavam ao consumidor normal. Resultado: há uma "economia paralela" amplamente difundida, com preços duplos ou triplos em relação aos preços oficiais e trocas de vantagens não menos difundidas. Nessas condições, os burocratas e mesmo os empregados da distribuição têm interesse em se manter e organizar a escassez. Podemos dizer até que quanto mais mercadorias chegam às lojas, menos são vendidas aos consumidores aos preços oficiais.



Tudo isso não é manifestamente resultado do planejamento "em si". É resultado de um planejamento pela burocracia, em proveito da burocracia. Podemos dizer até mesmo que é o resultado da falta verdadeira de planejamento.

Pois o verdadeiro planejamento socialista exige:

a) As massas populares determinarem o que é prioridade;
b) Existir a verdadeira democracia pluralista nas suas idéias, concepções para debater e assim se escolher um melhor caminho;
c) O que de fato é importante para produzir na vida econômica da nação.


Enfim, a livre escolha das prioridades pelas massas populares, a igualdade e a justiça social. São ideais comuns aos socialistas revolucionários e aos cristãos sinceros.

Aliás, temos de ter muita prudência com a fórmula de "falência" para a economia de países como a República Democrática Alemã – a EX- Alemanha Oriental, a extinta Tchecoslováquia ou a ex-União Soviética.

Os que falam de uma falência do socialismo não compreendem nada do que se passa no mundo há mais de 150 anos. Se há milhões de socialistas e de comunistas e centenas de milhões de sindicalistas, em todos os continentes, não é em função do que deu ou não certo na URSS, na China, na Europa oriental ou na Suécia. É porque a sociedade capitalista implica males insuportáveis, no nível do estômago, do coração ou do espírito. Os socialistas são produto do capitalismo e não dos êxitos ou fracassos relativos de qualquer "gestão alternativa do econômico”, seja a do stalinismo soviético ou a da social-democracia.

Enquanto o capitalismo subsistir, com suas contradições, suas crises e suas injustiças insuperáveis, haverá milhões de socialistas. A depressão econômica e social atualmente em curso, que agravou a miséria do Terceiro Mundo de modo desumano, estimula o desenvolvimento do socialismo em países como o Brasil. A recessão que se anuncia o estimulará do mesmo modo nas metrópoles imperialistas.

Quem pode acreditar que espíritos lúcidos e corações generosos não continuarão a se rebelar contra o fato de que todos os anos dezesseis milhões de crianças morrem de fome ou de doenças curáveis nos países do Terceiro Mundo? Isso mata tanta gente a cada cinco anos quanto durante toda a Segunda Guerra Mundial, incluindo Auschwitz e Hiroshima: a cada cinco anos uma guerra mundial contra as crianças...

Sem nenhuma dúvida, o desenvolvimento do movimento socialista e, sobretudo de sua ala revolucionária é freado hoje pelo fato de que, após a falência do stalinismo e o fracasso do reformismo, as massas não vêem soluções alternativas globais ao capitalismo "democrático". Tendem então a lutar essencialmente por objetivos imediatos.

 a última foto retrata no local a queda do muro de berlim, onde milhares de alemães derrubaram e finalizaram aquilo q ficou conhecido como o muro da vergonha!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

1º ANO Médio (Manhã e Noite) - Biocombustíveis x Segurança Alimentar - Dilemas e Perspectivas


Até que ponto a expansão de culturas destinadas à fabricação de biocombustíveis, uma energia limpa, coloca em risco a produção de alimentos? A busca por fontes energéticas de origem vegetal pode interferir negativamente em questões de segurança alimentar? Essas são algumas das principais questões que vêm colocando o Brasil no centro dos debates globais, em função da sua posição de País megaprodutor de grãos e carnes, além de candidato em potencial à liderança mundial no mercado de combustíveis de fontes renováveis, como biodiesel e etanol. Embora as opiniões se dividam em relação ao tema, o consenso existente até agora é de que não haverá solução para esse impasse sem sustentabilidade no campo, o que inclui equilíbrio entre o aumento da produtividade e o respeito à capacidade de suporte dos ecossistemas naturais, às leis trabalhistas e aos direitos humanos.


O presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Renato Maluf, afirma que a atual crise na oferta e demanda de alimentos, fator que tem impulsionado o aumento de preços, não é passageira e nem pode ser interpretada como resultante unicamente da expansão da produção de biocombustíveis. Para ele, a instabilidade é fruto de um modelo equivocado no sistema agroalimentar global.

Para o Consea, contribuem para a alta de preços fatores como o contínuo aumento da demanda por alimentos, mudanças climáticas, elevação da cotação do petróleo, além da mercantilização dos alimentos que tornou produtos como a soja, o milho e o trigo ativos negociados nas bolsas de mercadorias e atrativos para o capital financeiro.
Os subsídios agrícolas mantidos pelos Estados Unidos e União Européia também são apontados por Maluf como fatores desencadeadores da crise alimentar, já que impedem os produtores de países pobres de competirem em pé de igualdade com os europeus e norte-americanos.


"Os Estados Unidos e a Europa, durante décadas, exportaram alimentos a preços subsidiados, desestimulando e comprometendo a produção em um grande número de países. Hoje, esses países viraram importadores, quando poderiam muito bem ter produção suficiente para exportar. Estão pagando o preço desse modelo global", opina.


No caso específico do Brasil, Maluf enfatiza que ao elaborar o Programa Nacional de Biodiesel, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) teve o cuidado de estabelecer regras capazes de evitar possível competição entre a produção de energia limpa e a de alimentos. Entre elas, cita o incentivo à agricultura familiar e a exigência de que produtores de oleaginosas para a indústria de biodiesel mantenham áreas de cultivo de alimentos.

Em relação ao uso da cana-de-açúcar para a produção de etanol, o presidente do Cosea ressalta que para evitar também um processo de expansão insustentável, a entidade, que cumpre papel consultivo da Presidência da República, defende o estabelecimento de zoneamento para determinar as áreas passíveis de aumento de plantio; a inclusão da variante social, para evitar o uso de trabalho escravo, entre outros tipos de ilegalidade trabalhista; além de análise de impactos ambientais.


"É preciso proibir a expansão das lavouras de cana para etanol onde existem áreas de cultivo de alimentos para evitar conflitos. Além disso, não se pode admitir que o crescimento dessa cultura se dê em bases insustentáveis e degradantes. Embora seja louvável que os países busquem fontes energéticas renováveis, precisamos ficar atentos às lições históricas. Ao longo de quatro séculos, a indústria da cana foi grande concentradora de renda e riqueza no Brasil", alerta Maluf.


Falando de Roma, onde participou da reunião da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), no seu programa de rádio semanal "Café com o Presidente" o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também criticou os subsídios agrícolas mantidos pelos países mais ricos. "Penso que chegou à hora de tomarmos atitudes. Uma das atitudes seria concluir o acordo da OMC (Organização Mundial do Comércio) na Rodada de Doha. Que os países ricos abram mão dos subsídios que dão aos seus agricultores, que os Estados Unidos diminuam os subsídios", defendeu Lula.

O diretor do Departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Ricardo Gusmão Dornelles, afirmou durante o Primeiro Simpósio Internacional de Combustíveis, Biocombustíveis e Emissões, organizado pela Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), que a produção brasileira de grãos (arroz, feijão, milho, soja, trigo, amendoim, caroço de algodão, aveia, centeio, cevada, girassol, mamona e sorgo) somada à de cana para açúcar cresceu 217% entre 1976 e 2007. A área plantada correspondente, no entanto, aumentou 28% (11 milhões de hectares), graças ao ganho de produtividade de 150%.

"Nesse mesmo período, a área de cana destinada à produção de álcool cresceu em apenas 3 milhões de hectares. A produtividade da cana para o álcool elevou-se em 116%", enfatizou.
De acordo com Dornelles, o ganho de produtividade permite aumentar a produção agrícola, mantendo-se ou até mesmo reduzindo-se a área plantada. "Entre 1976 e 2007, a expansão da cana para produção de álcool (3,2 milhões de hectares) foi muito menor do que a expansão das culturas alimentares (11 milhões de hectares)", enfatiza.

Outro destaque foi para os 210 milhões de hectares de pastagens. "Um aumento de produtividade de 10% na criação de gado liberará 21 milhões de hectares. Não obstante, há 90 milhões de hectares livres para a expansão agrícola no Brasil", explicou Dornelles.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, também afirmou, durante recente audiência pública no Senado Federal, que o Brasil tem 90 milhões de hectares para incorporar à agricultura. De acordo com ele, o País pode aumentar a produção de alimentos sem que seja necessário derrubar nenhuma árvore na Amazônia, região brasileira que está no centro das atenções brasileiras e globais, em função de potenciais riscos de aumento do desmatamento para expansão da fronteira agrícola.

Já o secretário-executivo da Comissão Interministerial sobre Mudanças Climáticas no Brasil, José Domingos Gonzáles Miguez, considera a produção de biocombustíveis estratégica para a auto-suficiência da matriz energética do Brasil e para a expansão comercial das nações em desenvolvimento. "Os biocombustíveis aparecem como verdadeiras oportunidades comerciais, dentro de uma nova indústria no mercado mundial", disse no Fórum Global de Energias Renováveis, em Foz do Iguaçu.

Para o representante do Governo no evento, diferentemente do que vem sendo difundido pelos meios de comunicação internacionais, os biocombustíveis são parte da solução para a redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), com perspectivas de inclusão social, e não um problema que coloca em risco a segurança alimentar no Brasil e no mundo.

Resumindo: Quais seriam critérios mínimos para a produção de biocombustíveis?
a) Não competirem com a produção de alimentos, ou seja, Não haver expansão gigantesca “como já se desenha” de monoculturas destas matérias-primas básicas para os biocombustíveis
b) Redução de pelo menos 60% das emissões de Gases do Efeito Estufa;
c) Não causarem impactos diretos ou indiretos sobre ecossistemas (contaminação solo e da água; extinção da biodiversidade com a introdução de espécies exóticas e/ou de transgênicos; com a redução máxima possível de Agroquímicos {adubagem, agrotóxicos, etc.}
d) Não aumentarem ou causarem conflitos sociais (segurança alimentar, direitos sobre a terra e direitos das comunidades locais e indígenas)

Fonte: Adaptações de Jornal do Comércio; site G1.

sábado, 24 de julho de 2010

2º ANO Médio - MANHÃ E NOITE - SOPA PLÁSTICA DE LIXO!!!

A SOPA QUE NENHUMA SOCIEDADE GOSTARIA DE SE BANQUETEAR...

Depósito de lixo flutuante alarma a comunidade internacional. (Fontes: G1.com e Fantástico)

Pesquisadores mostram que animais têm se alimentado de plástico. Correntes marítimas levam lixo da costa para o mar aberto. No maior oceano do planeta, uma sopa intragável, mistura de plástico, plâncton, lixo e alimento bóia a 1,6 mil quilômetros da costa entre a Califórnia e o Havaí. Não se sabe exatamente seu tamanho, mas estimativas indicam que o lixão marítimo do Oceano Pacífico teria área maior que a soma dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.

A poluição alcança um ambiente em que seres humanos raramente estão presentes, pela pouca quantidade de ilhas. O lixo cria anomalias, como a tartaruga que cresceu com um anel de plástico em volta do casco e mata os moradores do mar. Descoberta por acaso O capitão Charles Moore viajava pelo Pacífico, entre o Havaí e a Califórnia, quando resolveu arriscar um novo caminho. “Foi perturbador”. Dia após dia não víamos uma única área onde não houvesse lixo. E tão distantes do continente, lembra o capitão. Como um descobridor nos tempos das navegações, Charles Moore foi o primeiro a detectar a massa de lixo. E batizou o lugar de Lixão do Pacífico.



Primeiro, viu pedaços grandes de plástico, muitos deles transformados em casa pros mariscos. Depois, quando aprofundou a pesquisa, o capitão descobriu que as águas-vivas estavam se enrolando no nylon e engolindo pedaços de plástico. Ele percebeu que mesmo onde parecia limpo, havia dejetos microscópicos, que estariam sendo ingeridos por organismos marinhos minúsculos e até pelos maiores. Albatrozes, por exemplo, tinham um emaranhado de fios dentro do corpo. “Antes não havia plástico no mar, tudo era comida. Então os animais aprenderam a comer qualquer coisa que encontram pela frente. Você pode ver aqui que eles tentaram comer isso. Mas não conseguiram”, diz o capitão.

Com a peneira na popa, o capitão e sua equipe filtram a sopa de plástico e fazem medições. Já descobriram, por exemplo, que 26% do lixo vêm de sacolas de supermercado. Numa análise feita com 670 peixes, encontraram quase 1,4 mil fragmentos de plástico. São informações valiosas, fonte de pesquisa e argumentos pra grande denúncia de Charles Moore: “Gostaria que o mundo inteiro percebesse que o tipo de vida que estamos levando, isso de jogar tudo fora, usar tantos produtos descartáveis. Isso está nos matando. Temos que mudar se quisermos sobreviver.”


Da praia para as águas profundas –
Um gesto despreocupado, uma simples garrafa de plástico esquecida numa praia da Califórnia. Muitas vezes ela é devolvida pelas ondas e recolhida pelos garis. Mas grande parte do lixo plástico que é produzido nessa região acaba embarcando numa longa e triste viagem pelo Oceano Pacifico. Pode ser também depois de uma tempestade. O plástico jogado nas ruas é varrido pela chuva, entra nas galerias fluviais das cidades e chega até o mar ou vem de rios poluídos que desembocam no oceano. No caminho, os dejetos do continente se juntam ao lixo das embarcações e viajam até uma região conhecida como o Giro do Pacífico Norte.

Diversas correntes marítimas que passam às margens da Ásia e da América do Norte acabam formando um enorme redemoinho feito de água, vida marinha e plástico. Lixo encalhado – Em Kamilo Beach, uma praia linda e deserta de uma região quase desabitada do Havaí, há tantos dejetos marítimos que o lugar acabou virando um lixão a céu aberto. Basta procurar um pouquinho para descobrir a origem de tudo o que chega até a praia. Em um pedaço de plástico, caracteres chineses.

Uma bóia de pescadores, que provavelmente veio do Japão. Um pouco mais adiante, o pedaço de um tanque de plástico com ideogramas coreanos. O pior é que Kamilo Beach está mais de 1,5 mil quilômetros distante do Lixão do Pacífico, no extremo sudoeste da ilha de Hilo, no Havaí. A praia dificilmente vê um gari. E o plástico que chega lentamente pelo mar vai ficando esquecido no paraíso.

Há dois anos, depois que se mudaram para cá, Dean e Suzzane Frazer resolveram fazer de Kamilo um alerta planetário. Suzanne se pergunta: “Será que o governo japonês, por exemplo, sabe quanto plástico o Japão esta mandando para o Havaí?” Dean vem trazendo um galão que, sem dúvida, chegou da Ásia. Tem também tubo de xampu usado nos Estados Unidos e sacos de plástico sabe-se lá de onde.

Agora, são só farrapos do mar. As mordidas impressas no plástico levaram os ambientalistas a mudar de alimentação. Eles afirmam que as toxinas estão se acumulando ao longo da cadeia alimentícia, fazendo com que os resíduos do plástico cheguem ao ser humano.

Assista o vídeo linkado abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=XwvYzmk-NjY&feature=player_embedded


Ave morta com o estômago cheio de pedaços de plástico 

Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago desta ave
Segundo PNUMA, o programa das nações unidas para o meio ambiente, este plástico é responsável pela morte de mais de um milhão de aves marinha todos os anos. Sem contar toda a outra fauna que vive nesta área, como tartarugas marinhas, tubarões, e centenas de espécies de peixes.

E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.

NEM 3a - Por Que o Diploma é uma Bobagem?!? Por Gilberto Dimenstein

O universitário brasileiro não gosta de ler jornais e livros, rejeita as atividades extraclasse da escola e estuda pouco — menos de cinco horas por semana.

Apenas 28% dos futuros médicos, por exemplo, lêem um único livro não escolar durante o ano; os demais nem isso. Só 40% dos estudantes de direito, administração e economia consultam diariamente o jornal. A média para todos os cursos é de 23%.

O conhecimento é construído no dia a dia e na capacidade que cada um de nós tem em entender, pesquisar e solucionar os problemas que enfrentamos diariamente, seja no trabalho ou na escola.

Coletados pelo Ministério da Educação com os alunos que fizeram o provão, esses dados sobre os hábitos culturais são tão ou mais importantes do que as notas dos cursos, divulgadas na semana passada. Esse buraco cultural é devastador.

É quase impossível alguém progredir, de fato, profissionalmente se não tiver o hábito de leitura constante de jornais, livros e revistas. Meios eletrônicos como a TV, por melhor que sejam os programas, não permitem o aprofundamento da informação. A construção do conhecimento exige a palavra impressa.

Falamos aqui da suposta elite cultural da nação, a minoria que, depois de todos os obstáculos, conseguiu concluir a faculdade. A pesquisa confia na palavra dos entrevistados. Uma investigação mais rigorosa encontraria números piores. Já foram feitos testes com adolescentes que se diziam leitores. Os pesquisadores pediram-lhes que encontrassem uma determinada notícia de economia. Constatou-se que muitos não tinham o hábito de folhear; ler significava, para eles, dar uma passada de olhos.

Se considerarmos o tipo de assunto que interessa ao leitor habitual do jornal ou a qualidade do livro, vamos ver que o desastre é mais profundo. Por melhor que seja a faculdade, o diploma se torna uma bobagem se o aluno pára de estudar e deixa de fazer pesquisa por conta própria.

O prazer da pesquisa é onde se estabelece a diferença entre quem quebra a cara e quem prospera.

FOLHA DE S. PAULO. Cotidiano, SP.

Bullying: Inocência ou Delinquência? por Elísio Vieira de Faria

Galo! Vaca! Porco! Elefante! Macaco!

A impressão ao ouvir tais nomes pode remeter à venda de bilhetes de loteria – o bicho da sorte. Certamente não. Esses, dentre outros, são nomes que se dão gratuitamente no relacionamento cotidiano de escolares, caracterizando o fenômeno bullying – a violência velada num jogo de faz-de-conta, tomada quase sempre como “coisa de adolescente”, como o caso de Cleciane Santos, 13, morta por asfixia enquanto apanhava de colegas de colégio, em Petrolina (PE).

O fenômeno migrou para outros espaços freqüentados por estudantes: a internet e suas vias, para escamotear o que não é padrão, no julgamento deles. Nesse mundo virtual, o deboche e o descaso – verdadeiras lições de humilhação – não poupam colegas, 10 professores etc.

Revela-se a crise de uma geração jovem que se impõe pelo temor, força e “pseudo-poder”, ditada pela intolerância e pela ausência de padrões orientadores da vida social, num exercício de ditadura do grupo. Trata-se também da crise da escola ao se intimidar, se encolher, se recolher e conviver, quase sempre, sem saber como administrar o problema, para além de um registro em livro de ocorrências, e... Até a próxima advertência.

O Poder da Validação - por Stephen Kanitz

Todo mundo é inseguro, sem exceção. Os super-confiantes simplesmente disfarçam melhor.
Não escapam pais, professores, chefes nem colegas de trabalho.

Afinal, ninguém é de ferro. Paulo Autran treme nas bases nos primeiros minutos de cada apresentação, mesmo que a peça já tenha sido encenada 500 vezes. Só depois da primeira risada, da primeira reação do público, é que o ator relaxa e parte tranqüilo para o resto do espetáculo. Eu, para ser absolutamente sincero, fico inseguro a cada artigo que escrevo e corro desesperado para ver os primeiros e-mails que chegam.

Insegurança é o problema humano número 1. O mundo seria muito menos neurótico, louco e agitado se fôssemos todos um pouco menos inseguros.

Trabalharíamos menos, curtiríamos mais a vida, levaríamos a vida mais na esportiva.

Mas como reduzir essa insegurança?

Alguns acreditam que estudando mais, ganhando mais, trabalhando mais resolveriam o problema. Ledo engano, por uma simples razão: segurança não depende da gente, depende dos outros. Está totalmente fora de nosso controle. Por isso segurança nunca é conquistada definitivamente, ela é sempre temporária, efêmera.

Segurança depende de um processo que chamo de "validação", embora para os estatísticos o significado seja outro. Validação estatística significa certificar-se de que um dado ou informação é verdadeiro, mas eu uso esse termo para seres humanos. Validar alguém seria confirmar que essa pessoa “existe”, que ela é real, verdadeira, que ela tem valor.

Todos nós precisamos ser validados pelos outros, constantemente. Alguém tem de dizer que você é bonito ou bonita, por mais bonito ou bonita que você seja. O autoconhecimento, tão decantado por filósofos, não resolve o problema. Ninguém pode auto validar-se, por definição. Você sempre será um ninguém, a não ser que outros o validem como alguém.

Validar o outro significa confirmá-lo, como dizer: "Você tem significado para mim". Validar é o que um namorado ou namorada faz quando lhe diz: "Gosto de você pelo que você é". Quem cunhou a frase "Por trás de um grande homem existe uma grande mulher" (e vice-versa) provavelmente estava pensando nesse poder de validação que só uma companheira amorosa e presente no dia-a-dia poderá dar.

Um simples olhar, um sorriso, um singelo elogio são suficientes para você validar todo mundo. Estamos tão preocupados com a própria insegurança que não temos tempo para sair validando os outros. Estamos tão preocupados em mostrar que somos o "máximo" que esquecemos de dizer a nossos amigos, filhos e cônjuges que o "máximo" são eles. Puxamos o saco de quem não gostamos, esquecemos de validar aqueles que admiramos.

Por falta de validação, criamos um mundo consumista, onde se valoriza o ter e não o ser. Por falta de validação, criamos um mundo onde todos querem mostrar-se ou dominar os outros em busca de poder.

Validação permite que pessoas sejam aceitas pelo que realmente são, e não pelo que gostaríamos que fossem. Mas, justamente graças à validação, elas começarão a acreditar em si mesmas e crescerão para ser o que queremos.

Se quisermos tornar o mundo menos inseguro e melhor, precisaremos treinar e exercitar uma nova competência: validar alguém todo dia. Um elogio certo, um sorriso, os parabéns na hora certa, uma salva de palmas, um beijo, um dedão para cima, um "valeu, cara, valeu".

Você já validou alguém hoje? Então comece já, por mais inseguro que você esteja.

domingo, 9 de maio de 2010

O Poder dos "M's" - Reflexão para o 1º ANO Ensino Medio - (por Elian Alabi Lucci)


O Poder dos "M's"
 Elian Alabi Lucci

(Notas de conferência para texto originalmente destinado ao livro "Globalização e o poder dos M's", em co-autoria com o saudoso mestre Milton Santos)

Neste estudo, trataremos resumidamente da Globalização e dos poderes que mandam no mundo com o advento da quarta fase desse processo, a partir dos anos 1990. A partir daí, o mundo passa a se estruturar em função de poderes que, em sua quase totalidade, deixam-se representar pela letra "m".

O primeiro M é o Mercado.
Entende-se por mercado todas as relações de compra e venda, seja ela entre pessoas, instituições ou países. O comércio internacional hoje é uma das atividades mais importantes de toda a história da humanidade.
Um exemplo disto é uma placa que se encontrava na entrada de um grande depósito em Portugal e na qual constava "Se você não sabe o que quer, entre que nós temos". Com esse exemplo conseguimos enxergar que existe uma grande demanda criada pelo mercado. O mercado através de outros emes - que serão abordados a seguir - sabe impor as novas condições de vida à sociedade, moldando-a conforme sua oferta.

O segundo grande M é de Multinacionais;
Que a partir da década de 1960, começam a mandar no planeta. Representam as empresas Multinacionais ou transnacionais que desenvolvem seus produtos todos voltados para o mercado internacional.
Essas empresas que eram em 1960 aproximadamente 3.000 (três mil) chegam ao final dos anos1990 com um número estrondoso de 60.000 (sessenta mil). São essas empresas que comandam todo o processo econômico global a partir, entre outras coisas, da aplicação da relação custo-benefício. Com o processo de desterritorialização graças às três revoluções que sustentam a globalização (Meio de Transportes, Meios de Comunicação e Revolução Tecnológica) as fronteiras caem e a soberania dos países vê-se ameaçada.
O Poder econômico das multinacionais passa por cima das fronteiras e do poder dos governantes abalando assim a própria base jurídica do Estado que é o território.
 Para que as multinacionais conseguissem chegar ao poder de mando que elas têm hoje em toda a sociedade global elas dependem de vários ajudantes de ordens que começam também pela letra M.


O primeiro desses poderes ou ajudantes de ordem é a Mídia.
Esta que era até bem pouco considerada o quarto poder hoje praticamente se constitui como um segundo poder. Podemos até dizer, em linguagem futebolística, que é ela que faz o meio de campo para a vitória das transnacionais.
Pode-se ainda atribuir à mídia a denominação "braço armado" do processo de globalização, tal a guerra que ela provoca bombardeando nossas consciências defendendo que sempre precisamos de algo mais para nos inserir neste mundo que não é mais nem capitalista, nem socialista, mas materialista e hedonista.
A mídia criou um novo tipo de sociedade que um grande pensador francês, Guy Debord, denomina "A Sociedade do Espetáculo". As eleições norte-americanas se transformam num verdadeiro espetáculo. A Copa do Mundo e as Olimpíadas se tornam também na mão das multinacionais e da mídia em grandes espetáculos que sugerem um determinado modo de vida e a compra dos mais diversos tipos de produtos que preenchem a cada dia novas necessidades que este M poderoso, da mídia, cria.

Depois do papel exercido pela mídia um outro M poderoso que com ela cria o grande complô representado pela palavra compra é o Marketing. A partir de 1960, graças a um homem de marketing, Teodore Levit, o marketing ganha uma força monumental e cujo principal objetivo é "criar necessidades", ou melhor, ainda, vender aquilo que não queremos comprar. A própria atual fase do processo de globalização começa com as considerações deste homem de marketing.
Esta quarta fase da globalização foi gestada a partir dos anos 1960 e vai se consolidar trinta anos depois nos anos 1990. Ela traz consigo uma nova sociedade denominada de "Sociedade da Informação", do Conhecimento ou Pós-industrial. Essa sociedade não e mais regida pelo sistema de produção Fordista-Taylorista, mas pelo sistema Toyotista.

O quarto M que alimenta a cadeia do consumo, que faz a alegria das multinacionais é a "marca". Tudo hoje, no mundo das compras, é regido pelas marcas, desde as fraldas de um recém nascido até o desespero dos mais velhos em consumirem vitaminas e suplementos produzidos pelas grandes farmacêuticas multinacionais com o intuito de estender a vida humana no planeta.
Na Itália encontram-se mais de mil grandes agências de publicidade que ganham fortunas para transformar as vendas de produtos de caráter local e regional em grandes produtos ou grifes internacionais. Esse processo de transformação recebe o nome de "Naming", que começa quase sempre pela alteração do nome do produto que é vendido em caráter local para um nome mais aceitável em caráter global.
Com a globalização, o "Logo" das grandes empresas multinacionais vale mais do que todo seu ativo fixo, Como por exemplo a Coca-Cola, Nike, Xerox entre outras que tem seu logotipo mundialmente conhecido e valorizado. Uma criança de apenas 3 ou 4 anos de idade hoje já identifica os produtos do Mc Donald`s. Bastando para isso apenas ver o logotipo desta rede mundial de fast-food que pelo marketing acaba despertando a sua vontade e necessidade de consumir tais produtos.

Outro M é a moda, que vem como conseqüência da marca que são trabalhadas insistentemente pelos meios de comunicação que usam para isso grandes nomes da televisão, cinema e do esporte como referências do consumo de determinados produtos e marcas.

Um M mais recente e que ganha proporções, sobretudo entre os jovens, é o Messenger. Ele é um meio de comunicação e pode ser entendido como uma grande revolução nos meios de comunicação.
Alem de aproximar o mundo com conversas é onde os jovens têm desenvolvido a maior parte de seus diálogos e relações sejam elas benéficas ou maléficas como amizades ou tormentos nas vidas alheias (Bullyng, Fraudes, Crime Virtual, que normalmente vem junto com o crime organizado, entre outros).
No Japão já há inclusive uma vultosa literatura de romances para celular. O Messenger é um meio de comunicação que tem sido muito utilizado para redução de custos, de tempo e saliva. Apesar de todos esses benefícios, tem trazido prejuízos à gramática dos que o utilizam com a criação de abreviações irregulares e palavras inexistentes que empobrecem a gramática e a língua portuguesa em si.

No campo cultural, mais precisamente da música, que é uma das formas de entretenimento mais disseminada na sociedade global, também temos um M regente, este é o Mp3.
O mp3, como formato de musica digital, revolucionou o mercado de players dando espaço a novas marcas e produtos que também foram influenciados pelo marketing e moda. Também revolucionou a venda de músicas, quando há alguns anos atrás se comprava CDs hoje se compram Mp3 em lojas virtuais.
Aí está um exemplo marcante do que se produz na sociedade Pós-Industrial e que muda o conceito de trabalho, possibilitando oportunidades ao invés de uma busca por emprego fixo que era forma clássica de trabalho na sociedade industrial. Um exemplo disso é o que ocorre hoje na sociedade norte-americana, em que, uma pessoa que vive até os 60 anos, muda em média oito vezes de emprego ou de ocupação.

A ERA DO ACESSO

Diante do que acabamos de observar, o consagrado autor Jeremy Rifkin, traz o conceito de uma nova era a qual denomina de "Era do Acesso". Esta era é marcada pela flexibilidade, descartabilidade e facilidade de substituição de bens, produtos e serviços como nunca se viu em épocas anteriores. Uma pessoa que se casa e monta uma residência com todos seus utensílios e equipamentos tais como máquina de lavar, geladeira, forno de microondas, televisão, computador, etc., ao voltar da lua de mel perde grande parte do valor investido em todos estes produtos, pois já surgiram outros com novos designs e novas funções.
Uma saída para esta situação fruto da sociedade Pós-Industrial em que vivemos, passa pelo Leasing (locação) e não a compra efetiva dos produtos mais suscetíveis a mudanças visuais preenchidas pela moda.
Um exemplo de facilidade de acesso são os restaurantes "fast-food", quando se sente fome, simplesmente se procura um desses restaurantes e em alguns minutos está pronta a comida de sua preferência.
Hoje não são só hambúrgueres ou sanduíches fast-food, encontramos com o encurtamento de distâncias as mais diferenciadas culinárias de todos os países reunidos as vezes em uma só praça de alimentação, são as mais populares as comidas, italianas, árabes, japonesas, chinesas e, é claro, a americana.
O principal produto desta era é a informação.
Há alguns anos para se conseguir informações históricas era necessária uma enciclopédia, como a Barsa, a Delta, a Mirador e outras.
Hoje em dia bastam alguns cliques para se encontrar a mais diversificada informação de diferentes fontes e pontos de vista. Paginas de internet como o Google ou a Wikipedia assumem esse espaço cada vez mais. Ainda nesse aspecto de internet vemos como é fácil o acesso a perfis de pessoas de todo o mundo através de sites de relacionamentos, e comunidades dos mais diversificados interesses facilitando ainda mais o acesso a tudo que é de seu interesse, filmes, livros, músicas, mudando as relações de compra e venda.
Nessa nova era as pessoas têm mudado os seus hábitos. Para fugir do caos que tem se tornado as grandes cidades; com a facilidade na compra de um carro o cidadão começa a evitar sair para realizar suas tarefas mais comuns, como compras de mercado, tarefas bancárias e até mesmo a locação de um filme, conseguindo realizar tudo isso por meio da internet. Diante dessas facilidades, aí esta uma grande causa de desemprego, até o ponto que já se pode imaginar um mundo sem empregos: como nos empregos clássicos tão conhecidos da sociedade industrial, assim foi visto na revolução industrial, quando homens eram trocados por máquinas, e hoje... pelo virtual.

sábado, 17 de abril de 2010

Evolução da Geografia - Por "Novos Caminhos" (Adapt: Wesentini)

     O espaço mundial de hoje é descontínuo, limitado pela economia ou pela política (aliás inseparáveis), móvel e difícil de ser cartografado ou captado por meras descrições. Além disso, ele — o espaço construído, social, fruto da humanização da natureza, locus de lutas e conflitos — não é mais um elemento inerte, a ser tão somente apropriado pelo homem pela expansão econômica ou a ser visitado pelos turistas, e sim algo necessário ao movimento do capital e/ou ao controle social: é o espaço produzido, planejado, transformado em mercadoria e constantemente reconstruído. 

     E a geografia moderna, tanto a acadêmica (de pesquisa) como a dos professores, não consegue mais explicar satisfatoriamente esse espaço, e isso nem mesmo como inculcação ideológica para os alunos de nível elementar e médio. Daí a "crise" dessa geografia – isto é, a crise da geografia tradicional –, e as alternativas que surgem há alguns anos (ou décadas, conforme o caso) e que a substituem. Não se trata de "modas", como querem alguns que se recusam a ler obras novas e a tentar renovar suas lições, e sim de uma necessidade real, de ou procurar acompanhar as metamorfoses do mundo ou correr o risco de findar. Ou, nas palavras do geógrafo italiano Massimo Quaini:

Estudantes não tiveram, como na Estatal de Milão, a possibilidade de motivar e, sobretudo, de fazer valer sua contestação, demonstraram de modo ainda mais decisivo terem as idéias claras: usufruindo de uma parcial liberdade curricular, desertaram em massa dos cursos de geografia".  
Quaini, Marxismo e geografia (Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979), p.12.

Nas conclusões de um outro autor, temos que:
 

“Pode-se dizer que a crise da geografia escolar resume-se essencialmente à crise de sua finalidade. Ensinamento de função ideológica, ela vê sua eficácia contestada por discursos mais "modernos" (economia, sociologia, etc). Marginalizada no momento de adaptação da escola às necessidades profissionais, a geografia está minada pela sua aparente incapacidade de dar conta das lutas de que o espaço está pleno.” 
Jean-Michel Brabant, "Crise de la géographie", em Hérodote, n. 2 (Paris, F. Maspero, 1976), p. 102.

     E quais as alternativas, ou novas "geografias", que se constroem e substituem a moderna e que oferecem opções ao professor do ensino básico? Deixando de lado aqueles que fingem ignorar a "crise da geografia" e continuam a praticar o mesmo discurso de Vidal de La Blache ou Aroldo de Azevedo, e que só conseguem provocar aquele tipo de reação descrita por Quaini, podemos perceber que existem três caminhos principais que são trilhados pelos que renovam essa formação discursiva:
a) a especialização num ramo (ex.: climatologia, geomorfologia, etc), que acaba por tornar-se completamente autônomo;
b) a geografia utilitária ou de planejamentos (seja a new geography, aquela voltada para o aménagement du territoire ou qualquer outra forma de geografia tecnocrática); e 
c) a geografia crítica ou radical. 

O primeiro caminho, como é evidente, não é satisfatório para o professor, mas apenas para o especialista que vai trabalhar nesse ramo que se torna um compartimento sem ligações com a totalidade estudada pela geografia (a sociedade em sua espacialização e a segunda natureza). Além disso, ele acaba conduzindo ao fim da geografia e não à sua reconstrução em outras bases. 

O segundo caminho também não foi construído para a escola, e sim para grandes empresas (públicas ou particulares), para os planos de reordenação espacial visando a reprodução do capital. Trata-se aí de uma geografia servil ao poder e que no ensino só vai resultar em coisas como o texto sobre geografia agrária do Projeto Brasileiro para o Ensino da Geografia, onde se pede ao educando para que ele se coloque como o proprietário de uma fazenda e raciocine em termos de custos (mão-de-obra, insumos, etc.) para aferir a produtividade de sua terra. Mas, enfim, para quem concebe a realidade social sob a ótica da harmonia, do princípio lógico da identidade, essa pode ser a geografia adequada para a "comunidade" onde leciona. 

E, finalmente, o terceiro caminho parece-nos o mais profícuo, tanto para a crítica à geografia moderna e sua reconstrução como para a renovação do ensino da geografia. Trata-se de uma geografia que concebe o espaço geográfico como espaço social, construído, pleno de lutas e conflitos sociais. Ele critica a geografia moderna no sentido dialético do termo crítica: superação com compreensão do papel histórico daquilo que é criticado.

Aprendendo a Pensar - Stephen Kanitz


“Aprendi nas aulas poucas coisas que uso até hoje. Teriam sido mais úteis aulas de culinária, nutrição e primeiros socorros do que latim, trigonometria e teoria dos conjuntos"

 
      A maioria das aulas que tive foi expositiva. Um professor, normalmente mal pago e por isso mal-humorado, falava horas a fio, andando para lá e para cá. Parecia mais preocupado em lembrar a ordem exata de suas idéias do que em observar se estávamos entendendo o assunto ou não. 

     Ensinavam as capitais do mundo, o nome dos ossos, dos elementos químicos, como calcular o ângulo de um triângulo e muitas outras informações que nunca usei na vida. Nossa obrigação era anotar o que o professor dizia e na prova final tínhamos de repetir o que havia sido dito.

     A prova final de uma escola brasileira perguntava recentemente se o país ao norte do Uzbequistão era o Cazaquistão ou o Tadjiquistão. Perguntava também o número de prótons do ferro. E ai de quem não soubesse todos os afluentes do Amazonas. Aprendi poucas coisas que uso até hoje. Teriam sido mais úteis aulas de culinária, nutrição e primeiros socorros do que latim, trigonometria e teoria dos conjuntos.

     Curiosamente não ensinamos nossos jovens a pensar. Gastamos horas e horas ensinando como os outros pensam ou como os outros solucionaram os problemas de sua época, mas não ensinamos nossos filhos a resolver os próprios problemas. 

     Ensinamos como Keynes, Kaldor e Kalecki, economistas já falecidos, acharam soluções para um mundo sem computador nem internet. De tanto ensinar como os outros pensavam, quando aparece um problema novo no Brasil buscamos respostas antigas criadas no exterior. Nossos economistas implantaram no Brasil uma teoria americana de "inflation targeting", como se os americanos fossem os grandes especialistas em inflação, e não nós, com os quarenta anos de experiência que temos. Deu no que está aí. 

     De tanto estudar o que intelectuais estrangeiros pensam, não aprendemos a pensar. Pior, não acreditamos nos poucos brasileiros que pensam e pesquisam a realidade brasileira nem os ouvimos. Especialmente se eles ainda estiverem vivos. É sandice acreditar que intelectuais já mortos, que pensaram e resolveram os problemas de sua época, solucionarão problemas de hoje, que nem sequer imaginaram. Raramente ensinamos os nossos filhos a resolver problemas, a não ser algumas questões de matemática, que normalmente devem ser respondidas exatamente da forma e na seqüência que o professor quer.

     Matemática, estatística, exposição de idéias e português obviamente são conhecimentos necessários, mas eu classificaria essas matérias como ferramentas para a solução de problemas, ferramentas que ajudam a pensar. Ou seja, elas são um meio, e não o objetivo do ensino. Considerar que o aluno está formado, simplesmente por ele ter sido capaz de repetir os feitos intelectuais das velhas gerações, é fugir da realidade.

     Num mundo em que se fala de "mudanças constantes", em que "nada será o mesmo", em que o volume de informações "dobra a cada dezoito meses", fica óbvio que ensinar fatos e teorias do passado se torna inútil e até contraproducente. No dia em que os alunos se formarem, mais de dois terços do que aprenderam estarão obsoletos. Sempre teremos problemas novos pela frente. Como iremos enfrentá-los depois de formados? Isso ninguém ensina. Existem dezenas de cursos revolucionários que ensinam a pensar, mas que poucas escolas estão utilizando. São cursos que analisam problemas, incentivam a observação de dados originais e a discussão de alternativas, mas são poucas as escolas ou os professores no Brasil treinados nesse método do estudo de caso. 

Talvez por isso o Brasil não resolva seus inúmeros problemas. Talvez por isso estejamos acumulando problema após problema sem conseguir achar uma solução. Na próxima vez em que seu professor começar a andar de um lado para o outro, pense no que você está perdendo. Poderia estar aprendendo a pensar. 
Stephen Kanitz é administrador (www.kanitz.com.br)

segunda-feira, 1 de março de 2010

01 de Março - Aniversário da cidade do Rio de Janeiro

Um lembrete de aniversário da cidade mais linda do Brasil! é cheia de problemas, mas ainda sim, é a mais charmosa!
Parabéns a nós cariocas!