domingo, 2 de janeiro de 2011

TÔ NA ESCOLA. Ninguém Merece...


“Poxa hoje tem aula...”; “Que saco ir pra Escola...”; “Falta Pouco para eu me livrar dessa chatice...”; “Eu confesso que odeio ir pra escola, os professores são muito chatos...”; “Escola não serve para nada...”; “Não aprendo nada de útil na escola...”; “Acordar cedo pra ir pra escola. Saco!”; “Melhor coisa que tem é perder o horário de ir pra escola!”...

Existem frases mais comuns entre estudantes do meu Brasil Varonil? Com certeza sim. Porém, já tenho um apanhado suficiente pra tecer uma breve consideração sobre o tema: A importância da escola. Ou melhor, qual a importância que a sociedade dá a escola e por conseqüência, do professor?

Podemos reparar que pelo nível dos comentários eu não preciso escrever mais nada. É tão límpida como a água. O que será que a escola tem de tão perverso que afasta os estudantes em sua maioria? Eu confesso que me pergunto freqüentemente, reflito e não chego a conclusão alguma.

Não vou mencionar aqui o discurso repetido e sempre atual de baixa valorização do profissional de educação, da estrutura da escola, do seu currículo cheio de assuntos questionáveis – ao menos para os jovens – da falta de atrativos, da geração rebelde sem causa que se criou desde os épicos tempos finais da moribunda ditadura, etc. O que me preocupa é ver chegar filões de novos adolescentes que simplesmente detestam aprender.

O que mais útil na vida, além de trabalhar, produzir e namorar resta ao ser humano? Na minha concepção: Aprender. É incrível como o estudante brasileiro não valoriza o aprendizado. Não todos. Mas, uma boa parcela, sim. Nossa questão aqui é cultural. Como reverter séculos de confinamento da mente e do domínio do senso comum que escola não serve de nada. O que vale são as amizades, indicações, o famoso “jeitinho brasileiro”. A própria escola não faz a política da MERITOCRACIA. Em minha visão, erro grave. Enquanto outras sociedades valorizam demais o aprendizado, a educação e a ciência - o conhecimento – no Brasil sequer conseguimos redigir textos com poucos erros de português. Um troco simples ou conta só é factível na calculadora. Muitos não sabem determinar um país ou cidade no mapa ou mesmo coteja discursar sobre quem foi Constantino, Friedrich Nietzsche, Rui Barbosa, M. Luther King; Nelson Mandela, etc. Livros então? (Risos). Deixa para outro post.

A crise na educação brasileira é séria e dramática. Antes de resolvermos os problemas das escolas, precisamos vencer o mais grave e difícil de ser vencido: Reverter a cultura do passar é o que interessa. Que aprender não serve para desgraça Nenhuma. Moldar uma nova mentalidade. E isso demanda tempo. E ensino. Mãos a obra.

Márcio Bezerra da Silva. Prof. de Geografia.

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